O trabalho de pintura industrial em superfícies metálicas requer atenção e alguns cuidados, a fim de evitar defeitos e resultados aquém do esperado. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), apresenta, inclusive, uma série de normas que têm por objetivo reconhecer os principais erros provenientes dessa atividade, com suas possíveis causas e correções.
Defeitos que, após a secagem das tintas, podem ser classificados como superficiais – que alteram a cor e o brilho – ou estruturais, que podem comprometer a integridade da película de tinta e, consequentemente, sua função protetora.
Ainda de acordo com o órgão, algumas condições mínimas são fundamentais para o bom desempenho da pintura, entre elas, que o ar esteja seco e isento de óleo (no caso de utilização de pistolas), que a tinta seja corretamente diluída e homogeneizada, que a superfície esteja limpa, que sejam obedecidos os intervalos de demãos e que sejam utilizados os equipamentos adequados para cada tipo de solução.
Segundo José Alves Cintrão Neto, consultor técnico da Solventex, um dos principais erros é em relação à tinta estar fora da cor e sem cobertura.
“Isso acontece por falta de uma boa homogeneização do produto. Para que essa mistura seja feita corretamente é preciso utilizar uma régua ou uma espátula, nada de objetos redondos, como as chaves de fenda. Essa medida garantirá que a tinta fique na cor e viscosidade correta”, explica.
Outro ponto destacado por Cintrão é referente à diluição, que deve ser seguida de acordo com as especificações do fabricante e pode alternar conforme o equipamento utilizado para aplicação. “A diluição correta deve ser de no máximo 15%, passado disso, o profissional terá problemas com a cobertura. O bico do revólver de pintura pode influenciar nesse ponto, muitas vezes, quando ele é muito fino, é feita a diluição até que a tinta possa passar pela estrutura. O mais indicado é fazer a troca por um bico de calibre maior. Todas essas especificações como tipo de equipamento, bico, pressão e diluição podem ser encontradas no boletim técnico”, comenta o consultor.
A falta de aderência da tinta é também um problema comum e pode ser identificada a partir do surgimento de defeitos como as crateras, ou olho de peixe. Um erro que pode acontecer a partir da limpeza incorreta das superfícies. “As peças que receberão a tinta precisam estar totalmente limpas, sem resíduos de óleo, graxa ou silicone, por exemplo. Após esse processo é indicado fazer o lixamento, seja manual, mecânico ou por jateamento abrasivo, para posteriormente começar a pintura. Atenção também para as condições do compressor, que precisa estar drenado, sem água ou óleo”, destaca Cintrão.
Para trabalhos de repintura o processo pode ser mais simples, bastando fazer uma limpeza superficial, eliminando resíduos de pó, e um lixamento rápido, sem a necessidade de retirar a película anteriormente aplicada.